Em reunião inaugural, a Associação Indígena Pore Kayapó apresentou o planejamento e as etapas para a construção da base que reforçará a proteção das aldeias associadas.

A Associação Indígena Pore Kayapó, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), através da Coordenação Regional Sul Pará, deu início às ações para implantação de uma Base de Vigilância Indígena na aldeia associada Potikrere, TI Kayapó.

A iniciativa foi definida após diálogo com diversas comunidades e suas lideranças representadas pela Associação Pore Kayapó. Estiveram presentes na reunião o presidente da Associação Pãnhki Kayapó, que também é cacique da aldeia Potikrere; o servidor Rogério Borges, da Funai; o servidor Geraldo (Funai); o coordenador da Associação Pore Kayapó, Paulo Bepkrakti, cacique Beptá Kayapó, da aldeia Kranhkrô e alguns guerreiros e guerreiras das comunidades kranhkro e potikrere.  

A escolha da aldeia Potikrere se deu por sua localização estratégica: rota historicamente utilizada por garimpeiros, caçadores e pescadores para acessar a Terra Indígena. A instalação da base terá papel essencial no fortalecimento da vigilância territorial e na prevenção de novas invasões, especialmente após as recentes ações de desintrusão.

O local já dispõe de infraestrutura básica — como acesso a água e energia elétrica — o que facilitará a implementação e o funcionamento inicial das operações. A expectativa é que a base atue como ponto de apoio permanente às ações de monitoramento, contribuindo para a proteção ambiental e para a segurança das comunidades.

A desintrusão consiste na retirada de invasores — como garimpeiros, caçadores, pescadores e ocupações ilegais — de áreas protegidas, assegurando o cumprimento dos direitos territoriais previstos na Constituição Federal. No caso das terras Kayapó no sul do Pará, a medida foi fundamental para conter atividades ilícitas e reduzir os impactos ambientais, permitindo que as comunidades retomem o uso e a gestão de seu território de forma segura e sustentável.